A ampliação da reciclagem de embalagens e produtos descartados no Brasil requer maior cooperação entre indústria, o consumidor e agências reguladoras
Para o coordenador do Comitê para Logística Reversa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Albano Schmidt, a ampliação da reciclagem de embalagens e produtos descartados no Brasil requer maior cooperação entre indústria, o consumidor e agências reguladoras. A análise foi apresentada nesta quinta (3), durante a reunião híbrida e conjunta do Comitê com a Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da entidade. Para o empresário, as metas previstas em três decretos que tratam do tema e estão sob consulta pública são ambiciosas e penalizam em demasia a indústria. Para ele, o principal gargalo da cadeia de logística reversa está na falta de cultura para o descarte.
“As pessoas de forma geral ainda não fazem o descarte adequado e isso dificulta a coleta de material para ser reciclado”, afirmou. Segundo ele, as tecnologias para a reciclagem existem e o problema está na fase inicial dessa cadeia, antes da chegada dos produtos nos pontos de recebimento que existem nas cidades com mais de dez mil habitantes. Por outro lado, as agências reguladoras precisam adotar padrões que acompanham os avanços tecnológicos.
Outro fator que penaliza o setor industrial, na opinião do empresário, é a excessiva tributação que recai sobre o processo. “Isso onera o sistema de logística reversa e dificulta o desenvolvimento de ferramentas para incentivar de fato a reciclagem”, diz.
No momento existem três consultas públicas relacionadas à regulamentação da Lei nº 12.305/2010, que estabelece a política de logística reversa no Brasil. Uma delas, que se encerra nesta sexta (4), trata de embalagens plásticas. As outras consultas, que tratam de embalagens de papel e papelão e de metal, foram abertas nesta quinta e se encerram no dia 2 de dezembro.
Na reunião da Câmara Ambiental e do Comitê de Logística Reversa desta quinta também foi discutido o desafio da proposta de norma para subprodutos, com Wanderley Coelho Baptista, especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Por fim, foi apresentada a atuação do Instituto Giro, pelo presidente do seu Conselho, o empresário Ricardo Garcia. O Instituto Giro é um órgão gestor do processo de logística reversa.
Fonte: FIESC