ECONOMIA VERDE

Na América Latina, o Brasil é o principal parceiro comercial da Finlândia que, por sua vez, se destaca como um dos países com os melhores índices ambientais. A Fiesp, entidade que promove debates importantes com representantes de diversos segmentos, realizou, um evento com a  finalidade foi dialogar sobre os desafios da transição verde e apresentar cases de sucesso sobre o tema economia verde.

Na abertura, Dan Ioschpe, presidente da Fiesp em exercício, enfatizou que o Brasil se envolve cada vez mais na agenda de economia verde de forma decisiva e não apenas a potencialidade como as possibilidades relativas às atividades limpas e sustentáveis foram destacadas na fala dele.

Durante o Fórum, o presidente da Finlândia recebeu a imposição da Ordem do Mérito Industrial São Paulo – Grau Grã-Cruz, destinada a condecorar personalidades e instituições, nacionais ou estrangeiras, que tenham se tornado dignas do reconhecimento ou admiração da indústria. A referida Comenda foi concedida a mais de 55 autoridades, entre reis, príncipes, presidentes e primeiros-ministros.

Sauli Niinistö agradeceu a homenagem e destacou que os encontros realizados durante a sua visita ao Brasil confirmam o excelente relacionamento entre os dois países. “O Brasil hoje é um dos maiores parceiros da Finlândia na América Latina. As exportações brasileiras somaram 578,76 milhões de euros em 2022 e as importações da Finlândia para o Brasil representaram mais de um bilhão de euros no mesmo ano. As empresas de ambos os países podem se conectar e desenvolver parcerias ganha-ganha. A Fiesp tem um papel importante para o avanço desse processo”, ponderou.

Patricia Ellen, Partner LATAM da Systemiq e cofundadora da AYA Earth Partners e ex-secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, também esteve presente e afirmou em sua apresentação que “nunca foi tão urgente unirmos o mundo para criarmos um novo modelo de desenvolvimento econômico. Com o modelo atual, o mundo passará rapidamente, na próxima década, o limite de 500 gigatoneladas de carbono para o planeta Terra (dado do IPCC, 2019).” De acordo com a especialista, o Brasil é o único grande país que ainda tem chance de ser carbono neutro até 2030 e de ter um novo modelo econômico até 2050, o que adicionaria 150 bilhões de dólares por ano ao Produto Interno Bruto (PIB).

No segundo painel do evento, algumas empresas apresentaram seus projetos focados em sustentabilidade, tais como Neste Corporation, Suzano, Nokia, CSN, IQM Quantum Computers e Beontag.

A vice-presidente executiva da Neste Corporation, Minna Aila, abordou a estratégia da corporação que tem como propósito criar um mundo mais sustentável para as gerações futuras. “Com as alterações climáticas, o tempo para  o desenvolvimento de uma economia verde fica cada vez menor. A Finlândia pretende ser o primeiro país zero carbono do mundo até 2035 com um investimento de 4% do PIB em PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação) até 2030. O papel da regulação e dos incentivos é muito importante para acelerar essa transição. O Brasil poderia fazer o mesmo. Para isso, as políticas tributárias precisam ser justas para atrair investidores”, afirmou Aila.

A Suzano foi um outro exemplo abordado. Trata-se de uma startup de 99 anos com foco em inovação que firmou 15 metas alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para produzir de forma sustentável e colaborativa. A empresa tem uma base florestal com 2,6 milhões de hectares dos quais aproximadamente um milhão são matas nativas protegidas voltadas à conservação e ao reflorestamento.

Já a Nokia comentou sobre o alto investimento em inovação para alcançar soluções sustentáveis e gerar valor agregado. Ailton Santos, CEO Brasil da empresa, também citou a parceria entre o Senai-SP e a Nokia em laboratório localizado em São Caetano do Sul (SP) que visa estimular a indústria 4.0.

Nina Vaskunlahti, vice-ministra de Relações Exteriores da Finlândia, encerrou o encontro enfatizando a importância da digitalização para a evolução verde que vai alterar o nosso futuro. “O mundo privado e os governos perceberam que precisamos mudar. Essa maratona só pode ser vencida se todos chegarmos no ponto final mais ou menos no mesmo momento. É muito bom ter essa relação bilateral com o Brasil durante essa corrida”, finalizou.

Fonte: FIESP

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