No que se refere à atividade econômica mundial, observa-se que, nos últimos 20 anos, o PIB manteve crescimento médio acima de 2,5%.
O comércio global, medido pelas importações e exportações de bens e serviços entre os países, apresentou tendência de elevação, atingindo o ápice em torno de USD 30 trilhões em 2019. Tanto a crise financeira de 2008 como a pandemia de 2020 reduziram o comércio internacional.
Os dois países mais importantes do comércio mundial no período foram os Estados Unidos (14% em 2020) e a China (10% no mesmo ano). Estes têm sido grandes demandantes de produtos e serviços em nível internacional, e juntos representaram praticamente um quarto da demanda global. Além disso, se destacam por possuírem uma forte e controversa relação comercial, em que suas decisões impactam a conjuntura macroeconômica mundial. Por este motivo, atenção especial deve ser dada à análise dos indicadores econômicos destes países.
Os Estados Unidos têm sido por décadas a principal econômica mundial. O país tem apresentado um crescimento de PIB em torno de 2,0% a.a., nos últimos 20 anos, e praticando taxas de juros baixas (ver figura a seguir). A crise financeira de 2008 iniciada naquele país, causou uma redução do PIB de 2,5% em 2009. A recuperação ocorreu com taxas positivas de crescimento de 2010 até 2019. Em 2020, devido ao impacto da pandemia, a economia dos Estados Unidos apresentou uma retração.
Os Estados Unidos têm uma participação significativa no comércio global (14% em 2020). As importações totais do país atingiram recorde de USD 4,0 trilhões/ano entre 2018 e 2019, mas como resultado da pandemia reduziram em 2020. É interessante observar que os Estados Unidos têm, ao longo das duas décadas, apresentado déficit no comércio internacional (USD 0,5 trilhão no último ano).
Durante as duas crises, os Estados Unidos tiveram deflação e aumento do desemprego. Como medida para estimular a economia, o Banco Central Americano (Fed) reduziu as taxas de juros.
Os indicadores de construção civil nos Estados Unidos (número de permissões e de construções iniciadas) passaram por reduções significativas a partir de 2006, atingindo o menor nível em 2011. No entanto, a partir de 2012, houve uma reversão, o que elevou a demanda de produtos de madeira. Aparentemente, a pandemia teve pouco impacto nos indicadores da construção civil. O estímulo dado pelo governo dos EUA por meio do auxílio econômico, iniciado em março de 2022, contribuiu para este resultado.
A China, atualmente a segunda maior economia do mundo, tem registrado elevadas taxas de crescimento do PIB nas últimas décadas. O PIB na China teve recordes até 2007, quando atingiu seu nível mais alto (14,2%). A crise financeira de 2008 fez com que ele desacelerasse, mas manteve-se em níveis elevados. E mesmo com a pandemia, o país apresentou taxas positivas de crescimento (2,3% em 2020).
O comércio internacional da China tem crescido. Atingiu mais de USD 3 trilhões em 2020 e, ao contrário dos Estados Unidos, o país tem mantido uma balança comercial superavitária.
A construção civil tem sido um setor impulsionador do crescimento da China. Em média, a inflação e a taxa básica de juro real do país têm sido baixas, mas apresentam um relativo nível de volatilidade na série histórica apresentada.
De qualquer forma, a inflação chinesa se estabilizou em torno de 2,0% a.a. A partir de 2013, a taxa de desemprego tem sido baixa (em torno de 4%). Em 2021, o país aprovou nova lei com permissão para até três filhos, dada a preocupação com falta de mão de obra futura e alto custo com envelhecimento da população. Esta decisão poderá influenciar no aumento da demanda para os próximos anos.
Fonte: Anuário da ABIMCI de 2022